11 novembro, 2008

[AP] uma nova etapa

Podia ser AP de "Arquitecto Paisagista", que não deixaria de ser uma nova etapa na minha vida, uma etapa que começou a germinar há 5 anos atrás, mas que só deu verdadeiros frutos em Julho deste ano.
Mas é AP de "AP - Estudos e Projectos de Arquitectura Paisagista, Lda", uma nova etapa da minha vida que começou no dia 1 de Outubro deste ano. Finalmente, os frutos que colhi em Julho deram sementes e começa agora a germinar qualquer coisa mais que um "projecto de arquitecto paisagista".
Na AP, pude finalmente entrar em contacto com o mundo real e fui forçado a esquecer alguns "academismos", mas sempre tendo em conta que pulchritudo est splendor ordinis (a beleza reside na ordem), como diria Santo Agostinho.
Vamos a ver o que daqui para a frente virá.
Obrigado a todos os que sempre me apoiaram na minha escalada até esta etapa, em especial à minha mulher e à minha filha (tantas vezes preteridas em relação ao estudo), à família (que soube estar nas alturas certas), aos amigos (não queria dizer nomes, porque todos foram importantes e sabem que o foram, mas é óbvio que não posso deixar de nomear o Sérgio, pela amizade e pelos trabalhos que fizemos, e a Marta, que para além da amizade partilhou comigo os seus textos. Nunca esquecerei também o meu restante grupo de trabalho: Clau, Inês, Calila, Pipas, Ana, Lilly e Lénia) e a todos os que, de alguma forma, contribuiram para a minha realização profissional (obrigado pelo apoio do pessoal do Castelo da Paz...).
Em relação a esta etapa na AP, obrigado à Inês pelo SMS, à Prof.ª Conceição Castro pela lembrança e, como é óbvio, ao Prof. e Arq. Paulo Monteiro por me ter atendido o telefone...

02 setembro, 2008

[barreiro] 30|08|2008




Há um ano atrás estive no Barreiro, numa muito marcante visita de estudo da disciplina de Ordenamento do Território. Já conhecia a cidade, mas nunca tivera oportunidade de constatar a triste realidade do desordenamento do território que teima em reinar na cidade e no concelho. Na altura, os técnicos da câmara municipal deram-nos a conhecer essa realidade e também alguns dos projectos e planos que tinham para tentar contorná-la.

Um dos projectos que mais me despertou a atenção foi exactamente aquele que nunca pensei vir a concretizar-se: o da criação de um parque recreativo e de lazer entre o terminal de transportes e um moinho de maré a Sul, abrangendo parte da zona ribeirinha da freguesia de Santo André (que eu bem conhecia). Achei na altura que era uma enorme mais valia para a população daquela freguesia e também para a população do Barreiro, mas também me lembro de ter pensado que nunca se concretizaria por falta de verbas.

Afinal, um ano depois, pude constatar que o parque recreativo e de lazer já mexe e já se encontra parcialmente construído, no âmbito do programa Polis. Apesar de, na minha perspectiva, possuir algumas falhas de desenho, é de louvar a iniciativa da câmara municipal em transformar uma área devoluta e espaço verde público. Um sinal de que é possível mudar e tornar belo até o pior dos locais.

09 julho, 2008

[estremoz] jardim privado 2




08 julho, 2008

[estremoz] jardim privado 1



Uma vista de topo do projecto para um jardim privado em Estremoz.
Modelação 3D em 3ds Studio Max 9.
Um jardim que procura a unidade no movimento e no contraste.

06 julho, 2008

[ribeira de Tera] uma experiência de paisagem

O rio tem sido, desde os tempos mais remotos da existência humana, um elemento fundamental da paisagem, na medida em que nela desempenha um conjunto de funções importantes, quer se tratem de funções ecológicas, quer estéticas, quer culturais.
"Como fonte de água, como meio de circulação e de comunicação, como marco territorial que percorre e estrutura o espaço, como corredor ecológico potenciador da biodiversidade, como fonte de inspiração de poetas e pintores, múltiplas são as dimensões que representam para a sociedade esses elementos simultaneamente tão comuns e tão singulares que percorrem as paisagens de todo o mundo" (SARAIVA, "O rio como paisagem", 1999).

Baseados neste conceito, eu e o Sérgio Águas percorremos os 68km desde a nascente até à foz da Ribeira de Tera, no Alentejo central, para tentarmos perceber de que forma a presença da ribeira foi determinante para a humanização da paisagem, para a fixação das populações e de que forma as populações tiraram partido deste elemento fundamental e estruturante da paisagem.
O estudo foi realizado no âmbito do Seminário de Arquitectura Paisagista, no final da licenciatura, onde nos era dado um tema mais vasto (a paisagem e a água), a partir do qual surgiu o nosso tema: arquitecturas do rio.
Ao longo da ribeira fomos encontrando vários elementos do património cultural arquitectónico e arqueológico, directamente relacionados com o uso que o Homem sempre fez deste recurso natural: moinhos, açudes, levadas, pontes, alpondras, hortas, noras, poços, fontes, grutas, monumentos megalíticos, zonas de pesca... Usos diverisificados, associados à necessidade de tirar partido da água, quer como força motriz, quer para rega, quer para alimento.
Desde a Glória, em Etsremoz, passando por Evoramonte (o Pego do Sino, elemento geológico singular e ao mesmo tempo simbólico, tão repleto de lendas), por Vimieiro e Pavia, até desaguar finalmente no rio Raia,em Cabeção, a ribeira de Tera é um manancial de história e de saber humano.
O que encontramos hoje ao longo da ribeira de Tera é uma enorme quantidade de vestígios, mais ou menos degradados, de todas as obras que as comunidades locais acharam por bem erigir para melhor dominar e explorar o meio aquático no seu modo de vida tradicional.
É urgente que os proprietários e as entidades públicas com competências na área do ordenamento do território e da cultura olhem para estes elementos e promovam a sua recuperação e requalificação, integrando-os em circuitos pedestres, dando a conhecer este património tão rico e tão vasto, para que as memórias de um povo não acabem soterradas pelo mato e pela deposição sedimentar, ou destruídas pela força incessante das águas.

03 julho, 2008

[ génesis ]

Como tudo na vida e no mundo que nos rodeia, também este blogue tem uma génese.
A ideia que lhe está subjacente é a de criar um espaço a que todos possam aceder, onde possam intervir de forma positiva e onde possam conhecer a minha experiência e formação profissional.
Ao mesmo tempo, servirá de meio de divulgação das actividades que desenvolver decorrentes da minha formação em arquitectura paisagista, bem como algumas que já desenvolvi durante a minha formação académica.
Finalmente, é um espaço onde se pretendem debater as questões relacionadas com a paisagem, estudos e projectos de arquitectura paisagista e ordenamento do território.
Espero que corresponda às vossas expectativas.